sábado, 6 de novembro de 2010

Criador e Criatura - Mocidade Independente 1996



Escolhi esse enredo para iniciar meu blog por que ele foi o primeiro Grande campeão do primeiro ano que acompanhei o carnaval do Rio de Janeiro pela TV. Me lembro como se fosse hoje a manha chuvosa de segunda quando eu acordei e liguei a televisão as sete horas da manha e vi os componentes da escola chorando, pois a anterior Mangueira havia atrasado seu desfile em mais de uma hora devido a chuva, e o dia já tinha amanhecido e a Mocidade havia preparado um desfile extremamente iluminado que perderia a graça ao ser visto de dia.



No carro abre alas, Adão e Eva nús em símbolo a criação do mundo, de madrugada eles incendiaram a Marquês de Sapucaí





Lembro - me de uma comissão de frente imensa com homens de mais de 3 metros de altura, devido as fantasias de Frankestein que pesavam mais de 30 quilos e eram feitas de ferro, de seus componentes chorando emocionados por terem carregado baterias automotivas em suas costas e não terem causado efeito visual algum em detrimento do amanhecer do dia.



Outro ponto marcante foi Wander Pires que motivou a escola, honrando o então título de puxador e levou firme um samba histórico sem duvida, um dos melhores da era moderna do Carnaval carioca. Samba este que vem a seguir com minhas análises a respeito do que vi naquele dia.


A mão que faz a bomba, faz o samba
Deus faz gente bamba
A bomba que explode o nesse carnaval
É a Mocidade levantando o seu astral
Cheio de amor
O Criador
Findou sua divina solidão
Fez surgir a natureza
Universo de fascinação
Luz, terra e mar
No firmamento astros a bailar
E numa luminosa inspiração
Faz o homem a mais sublime criação
Assim, o homem com sua ousadia
Avança o sinal no jardim do amor
Deu um salto, dominou a terra
Terra de Nosso Senhor
Olha pra mim, diga quem sou
Eu sou o espelho, sou o próprio Criador
Gênios, artistas e inventores
Fazem um mundo diferente
Mexem com a vida da gente
Dando asas à imaginação
Em uma nova era
A gente não sabe o que nos espera
Vem nessa, amor, pra um novo dia
Brincar no paraíso da folia

Na primeira parte como eu mencionei, foi remetido ao Èden a criação do homem e ao seu pecado, já na comissão de frente, foi citada a ciência capaz de recriar através dos bonecos feitos com pedaços de cadáveres.

A criação se rebelou e nos setores seguintes, foram retratadas as conseqüências dessa rebeldia, sendo mostrada a arrogância do homem ao ser comparado com o próprio criador.

Ainda no gancho da ciência, foi retratada a arte de recriar em todas as nuances das artes, ciencias, e novas tecnologias que o homem cria constantemente.

Como um bom enredo de Renato Lage não pode faltar uma referência futurista e as incertezas de um porvir onde esperança e folia se misturam, e o mesmo homem que faz a guerra, faz a paz.

Sejam Bem Vindos!!!

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